Poema Novo

Quero o melhor para ti
Hoje vi-te,
Passado tanto tempo
Arranjei coragem e procurei-te…
Ali estavas tu, perfeito como sempre!
E ainda mais sorridente!
Há quanto tempo eu não via esse sorriso?
E como fazia tudo para o ver, mais uma vez…
E aqui estou eu…como posso gostar tanto de me fazer mal?
Agora ela caminha ao teu encontro…
E tu derramaste em lágrimas sorridentes,
Dás lhe a mão com o olhar cheio de amor e esperança.
Como é possível?
E apesar de toda esta imagem de promessas que assisto,
Apesar de doer…
Doer de tal forma que me sinto a sangrar!
Sorrio,
Porque apenas quero o melhor para ti!

Sara Afonso

Porque o FADO está de parabéns : Património Imaterial da Humanidade

Fado

Palavras que penetram o nosso intimo
O som da guitarra que nos arrepia a pele
Traz à superfície os nossos mais profundos segredos!
Dor sentida em cada verso,
Saudade, mais que uma palavra;
Um sentimento que inventamos de tanta história que fizemos
De tantas pessoas que perdemos…
Eleva-nos a algo superior
Algo divino!
Somos eternos,
Somos únicos!
Verdadeiros… genuínos.
Choramos ao ouvir neste tom melancólico toda a nossa vida,
Toda a nossa alma!
Chegamos a ti, cantando e sentindo…
Somos Amália
Somos Camões
Somos Vasco da Gama!
Ancestrais
Somos fado…
Somos PORTUGAL!

in: "Ver-me nos teus olhos"

Dia Internacional do Poeta – 4 de Outubro

Hoje dia 4 de Outubro comemora-se o Dia Internacional do Poeta, como tal o blogue oficial Sara Ana Macedo Afonso não poderia ser indiferente a este dia. Sendo assim, passamos apresentar a poesia da Sara Afonso.

Morte

Todo o meu ser espera...
No meu corpo latejante
Corrompido,
Impuro.
Sinto-me sufocada,
Neste corpo que não escolhi
Neste corpo que não quero.
Alma liberta-te!
Não posso esperar mais.
Nada faz sentido.
Tudo é doença,
Tudo é sujo,
Tudo é horrível.
Vem a mim noite incerta!
Vem a mim paz eterna!
Vem a mim último suspiro!
Libertação de meu ser
Enfim...

In: "Enquanto o tempo Quiser"- "Palavras Soltas"



Nua

Sem roupa,
Sem maquilhagem.
Despida de preconceitos,
Despida de argumentos.
Nua!
Livre do fardo de viver,
Livre dos sentimentos mesquinhos,
Livre do meu próprio ser…
Nua,
Respiro finalmente fundo,
Fecho os olhos
E recebo em mim paz.
Sinto a tua mão na minha
O teu fôlego junto ao meu ouvido
A abraçada a ti:
Ouço vida,
Ouço o bater do teu coração.
Nua!
É assim que me sinto a teu lado,
Sem defesas, sem forças, sem armas…
Apenas eu
Desejando ser tua!

In: "Ver-me nos teus olhos" - "Talvez para sempre"

Sete pecados

Avareza

Tenho,
Quero,
Posso,
Mando.
Mas não chega!
Eu preciso de mais.
Eu sei e sinto.
Eu quero mais,
Eu posso mais,
Eu mando mais…
Não é ambição de pobre,
Não!
É mais,
É tudo,
E tudo não chega.
Se existes
Foste feito para mim
Pecado!
Eu preciso de mais.
Eu quero tudo,
E tudo não chega.
Quero saber,
Quero ter,
Quero poder,
Quero viver.
E morrer,
Morrer de tudo ter,
Morrer de tudo ver,
Morrer de tudo saber,
Morrer de tudo viver!
Tudo, tudo, tudo,
Só para mim,
Somente
Para mim!
in: “Enquanto o tempo quiser”

Devaneios de uma noite

A confissão de Deus

Todos me louvam
Ou me culpam…
Para uns sou tudo,
Para outros nada…
Uns acreditam em mim,
Outros desprezam-me…
Uns amam-me,
Outros têm medo de mim…
Uns fazem de mim superior,
Talvez…
Mesmo eu me pergunto
Porquê? Quando? Onde? Será?
A verdade é que eles eram felizes,
Brigavam, claro!
Muitas vezes diziam e faziam coisas que não queriam,
Mas a maior parte do tempo eram felizes.
Uma família…
Que eu destrui sem saber porque e como,
Mas fi-lo…
Deixei cair uma bomba nas suas vidas,
Acabei-lhes com os sorrisos,
Acabei-lhes com a vontade de viver,
Consegui mesmo acabar-lhes com a esperança.
Mas o ser humano ainda me surpreende,
Tenha eu ou não criado.
É fascinante como eles aos poucos se ergueram,
Lutaram, sofreram claro,
Mas aos poucos voltaram-se a ouvir os risos,
As gargalhas à mesa,
Voltou haver harmonia…
Uma família que unida
Todos os dias foi contra a sua vontade
E acordaram dispostos a viver mais um dia!
Isto arrasa-me,  
Porque sinceramente não sei porque os fiz passar por esta nuvem negra e tenebrosa,
Mas é incrível a força com que eles me contrariaram.
E hoje,
Hoje se ainda é possível
Amam-se mais…
Vivem mais…
E isto sim,
Faz sentido!

in: “Ver-me nos teus olhos”